terça-feira, 29 de junho de 2010

Domingo.

Era lá para as duas e um bocado.
Sempre era no mesmo lugar onde sentava e falava sobre a vida dentro de um cubo, falava e falava com tal entusiasmo que parecia viver livremente.
De certa forma já sabia que um dia o cubo viraria uma estrutura retangular, mas isso não era o pior de tudo.
Eles chegaram, abriram a porta do carro, e começaram a disparar as flores cheias de espinho.
Correu com uma flor na nuca, outra nas costas, algumas caíram no chão.
Mas não escapou, no fim, dizem as más línguas que teria caído debaixo da árvore, com flores na cabeça, uma coroa de flores, belas flores de cores pastéis com pequenos raminhos de outras cores, verdes, azuis...
Caiu sim, vestida de traje branco, como grega, com a coroa de flores na cabeça, o que ela era?
uma Ninfa? Uma Deusa, uma reprodução do aspecto feminino da criação?
Estava debaixo da árvore sagrada, em seu semblante calmo, de quem corre de flores toda a vida, mas uma hora, acaba rendendo-se a elas...
Muitos de Nós queríamos que fosse assim.
Uma coroa de flores, sem um terço da brutalidade, da crueldade e da falta de humanidade de como aconteceu...queriamos flores, porém, foram de diferentes calibres, queriamos apenas uma queda, mas dessa queda, Ela nunca mais levantar-se-á.
Não direi que estou de luto, mas essa pessoa que participou indiretamente da vida de todos nós, infância, patins, bicicleta e saias, vai de certa forma fazer falta...muitos negam, mas todos sabem disso.
Esperamos dias melhores, para que Mulheres Gregas possam ter flores em suas cabeças...
Depois do ocorrido, bagunça, desespero, festa no play e muito barulho por nada.

E eles ?
Eles nem lavaram o sangue do chão. Não jogaram nem um copo d'água.

3 comentários:

Wil disse...

Muitos marcadores pra um post certamente marcante.

Saudade de vc!

Anônimo disse...

Estou achando você tão deprimida com esses textos!

A Franca! disse...

Não é depressão, é a realidade.

A vida como ela é.